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Exportações do agronegócio crescem 12,5% em março e chegam a US$ 15,6 bilhões

No mês, o setor respondeu por 53,6% de todas as vendas externas do país. Avanço no acumulado do primeiro trimestre de 2025 é de 2,1%

Oagronegócio brasileiro registrou, em março deste ano, o segundo maior valor de exportações para o mês desde o início da série histórica: US$ 15,6 bilhões. Isso representa um aumento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No mês, o setor respondeu por 53,6% de todas as exportações do país. O avanço foi impulsionado principalmente pelo aumento dos volumes exportados, que cresceram 10,2%, enquanto os preços internacionais apresentaram alta de 2,1%.

Os principais produtos exportados no mês foram a soja em grãos (alta de 7% e US$ 5,7 bilhões); café verde (92,7% de expansão e US$ 1,4 bilhão); carne bovina in natura (40,1% e US$ 1,1 bilhão), celulose (25,4% e US$ 988 milhões) e carne de frango in natura (9,6% e US$ 772,3 milhões).

“Esses números confirmam que estamos promovendo o crescimento do agro com responsabilidade, sustentabilidade e com os olhos voltados para novos mercados e oportunidades para produtos com maior valor agregado”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Além dos produtos tradicionais, o governo brasileiro vem impulsionando oportunidades em segmentos com forte potencial de crescimento. Por meio de novos avanços, itens como gelatinas, café solúvel, óleo essencial de laranja, pimenta-do-reino e rações para animais domésticos atingiram recordes de exportação e podem ganhar maior protagonismo nos próximos meses, especialmente em mercados da Ásia, Europa e América do Norte.

Esses números confirmam que estamos promovendo o crescimento do agro com responsabilidade, sustentabilidade e com os olhos voltados para novos mercados e oportunidades para produtos com maior valor agregado
Carlos Fávaro,
Ministro da Agricultura e Pecuária

TRIMESTRE — No acumulado do primeiro trimestre de 2025, as exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$ 37,8 bilhões, aumento de 2,1% quando comparado ao ano anterior, o maior valor já registrado para o período. O superávit do setor no trimestre foi de US$ 32,6 bilhões, um crescimento de 2,1% em relação ao mesmo período de 2024.

DESTINOS — China, União Europeia e Estados Unidos seguiram como os principais destinos, respondendo juntos por mais da metade das exportações do setor. Países asiáticos como Vietnã, Turquia, Bangladesh e Indonésia também registraram aumento expressivo nas compras de produtos como soja, algodão, celulose e carnes.

“A ampliação da presença em mercados de nicho, por meio de produtos de maior valor agregado, reflete uma estratégia comercial que valoriza a escuta ativa das demandas dos setores produtivos. Ao oferecer alimentos com sanidade, qualidade e competitividade, o Brasil se consolida como parceiro confiável”, afirmou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luís Rua.

COMPETITIVIDADE — A expansão das exportações de produtos não tradicionais e a abertura de novos mercados, mantendo ou ampliando a oferta interna, fortalecem a economia brasileira. Esse processo estimula a geração de empregos e renda, atrai divisas, diversifica os parceiros comerciais e reduz a exposição a riscos econômicos.

Também valoriza os produtos nacionais, incentiva investimentos em inovação e sustentabilidade e consolida relações estratégicas no cenário internacional. Assim, o Brasil amplia sua presença global e reforça sua competitividade. Os avanços refletem o trabalho conjunto entre os setores público e privado, com foco na abertura de mercados, segurança sanitária e promoção comercial

Fonte: Secretaria de Comunicação Social

Agronegócio

Guerra comercial amplia papel global do Brasil e destaca a urgência de um agro ainda mais financiado e estruturado

A nova escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China abre uma janela estratégica para o agronegócio brasileiro. A avaliação foi publicada pelo jornal britânico Financial Times, que destaca como o Brasil já vinha se consolidando como principal fornecedor de alimentos para a China e deve ampliar ainda mais essa posição. Os dados do primeiro trimestre de 2025 confirmam: as exportações de carne bovina brasileira para a China cresceram um terço em relação ao mesmo período do ano passado, com soja e frango também em alta. Além disso, a Europa impôs tarifas sobre os EUA, aumentando a demanda por produtos brasileiros.

Essa conjuntura reforça o protagonismo global do Brasil, mas também expõe um desafio urgente: como garantir que o país consiga atender a essa crescente demanda internacional sem comprometer sua estabilidade interna? A resposta está, em grande parte, no fortalecimento dos instrumentos de financiamento do agro — e, nesse contexto, os Fiagros, CBIOs e debêntures de infraestrutura ganham relevância estratégica.

“A demanda por crédito rural para a safra 2025/2026 ultrapassará a marca de R$ 1 trilhão; as linhas de crédito oficiais com juros equalizados, entretanto, cobrirão pouco mais da metade desse montante.” Isso evidencia que, para dar conta do novo ciclo de oportunidades internacionais, o Brasil precisa diversificar e ampliar suas fontes de crédito.

É nesse cenário que a recente Resolução CMN nº 5.202/2025 se destaca como marco histórico. “A partir de agora, os fundos fechados de previdência do Brasil (EFPC) poderão investir diretamente nos Fiagros e também nos CBIOs – certificados de descarbonização.” Esses instrumentos passam a ocupar um lugar central na agenda do desenvolvimento agropecuário brasileiro, permitindo que o setor tenha acesso a recursos de longo prazo, a custos mais competitivos.

A mudança tem um impacto direto na vida dos brasileiros: “contribui para a redução da inflação e alivia o orçamento das famílias brasileiras.” Ao financiar melhor a produção de alimentos, reduz-se o custo da comida, beneficiando especialmente a população mais vulnerável. O movimento também corrige distorções históricas, uma vez que “fundos de pensão internacionais já podiam investir no agro brasileiro, enquanto os nacionais estavam proibidos de fazê-lo.”

Além disso, esse novo cenário coloca o Brasil em linha com práticas de países desenvolvidos. “Nos EUA, esses fundos sempre foram grandes investidores em empresas especializadas na compra, gestão e arrendamento de terras agrícolas, especialmente por meio dos chamados REITs agrícolas.” O Canadá e a União Europeia também construíram sistemas sólidos de financiamento ao agro por meio de fundos de pensão e políticas públicas consistentes.

A partir dessas referências e da nova regulamentação brasileira, surge a oportunidade de ampliar a base de financiamento com capital nacional de longo prazo, garantindo não só o crescimento da produção, mas também a resiliência da cadeia agroindustrial diante de crises globais e oportunidades como a atual guerra comercial.

Em resumo, o momento exige visão estratégica e articulação entre o setor público, privado e os fundos de pensão. O Brasil já conquistou protagonismo na produção. Agora, com a entrada definitiva no jogo do financiamento estruturado, pode consolidar seu lugar no topo do mundo agroalimentar. Como concluem Arnaldo Jardim e Christino Áureo: “Sem dúvida, a decisão do CMN inaugura um novo capítulo para o financiamento do agro no Brasil, fundamental para consolidar a posição do país como potência agroalimentar global.”

Encontro Regional Leste-Sudeste
Agronegócio, Sustentabilidade

Encontro Regional Leste-Sudeste reúne cerca de 500 dirigentes e profissionais do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais

Realizado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (9/04), o Encontro Regional Leste-Sudeste reuniu um grande público de cerca de 500 pessoas entre dirigentes e profissionais das associadas da Abrapp, além de prestadores de serviços do setor. O tradicional evento do calendário da Abrapp foi direcionado para as associadas dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, tendo como palco o salão de convenções do Rio Othon Palace, em Copacabana. 

A abertura foi realizada pelo Diretor-Presidente da Abrapp, Devanir Silva, pelo Diretor Vice-Presidente, Luiz Carlos Cotta, e pelo Deputado Federal, Luiz Carlos Hauly (virtual). O primeiro painel também contou com a participação de Devanir Silva; do Diretor de Normas da Previc, Alcinei Cardoso Rodrigues; e do Secretário dos Regimes Próprio e Complementar, Paulo Roberto dos Santos Pinto. 

“Falamos do tema central de ressignificar a previdência no primeiro painel. Mostramos que temos muito a evoluir em nossa comunicação estratégica, temos de falar para fora, para que as pessoas nos conheçam e saibam os valores que temos a oferecer para a sociedade”, comentou o Diretor-Presidente da Abrapp. Também foi destacado o papel da previdência complementar na alavancagem da economia porque ela permite a formação de poupança estável e de longo prazo.

Devanir apresentou ainda as diretrizes do planejamento estratégico da Abrapp e o que foi traçado para os próximos 10 anos, como por exemplo, que a previdência complementar seja vista pelo governo como prioridade, com larga escala de utilização da tecnologia e da inteligência artificial em prol do crescimento do sistema. 

Os representantes da Previc e da Secretaria apresentaram os avanços na legislação e a regulação do setor, com a aprovação da inscrição automática, com novas regras para o Plano de Gestão Administrativa (PGA) e também a Reforma Tributária, que qualificou as EFPC como entidades assistenciais. Foi pontuado que ainda temos uma longa agenda a percorrer, como por exemplo, com a necessidade de atualização da Resolução CNPC 30/2018 e do Decreto 4942/2003 (Decreto Sancionador). “O Decreto [Sancionador] tem mais de 22 anos de existência e precisa ser atualizado. Todas as regulações similares de CVM, Susep e Banco Central já foram atualizadas. E nós também temos de fazer o dever de casa”, apontou o Diretor-Presidente da Abrapp.

Os painéis do evento de hoje seguiram o formato e a maioria dos temas do Encontro Regional Sudoeste realizado no último dia 18 de março, em São Paulo – Leia a cobertura completa no Blog Abrapp em Foco. A diferença do Encontro Leste-Sudeste daquele realizado em São Paulo foi a participação de alguns palestrantes que não estiveram por lá, como o ex-Deputado Federal Christino Áureo, e os advogados Flávio Martins Rodrigues (Bocater) e Alexandre Barenco Ribeiro (Petros). 

Outro ponto diferente foram os comentários e debates em torno da nova Resolução CMN nº 5.202/2025 que rege os investimentos das entidades fechadas e que foi publicada no final de março passado. Mais uma novidade foi a participação de Carlos Frederico Rangel, que transmitiu uma mensagem do Comitê de Ética da Abrapp, em substituição ao seu Coordenador, Mauro Figueira, que havia participado no Encontro Sudoeste. Além disso, o evento contou com a apresentação de Elaine Sales, Coordenadora de Educação Previdenciária da Secretaria dos Regimes Próprios e Complementar, que substituiu o Diretor Narlon Gutierre Nogueira.

Resolução CMN nº 5.202/2025 – A publicação da tão aguardada nova resolução de investimentos foi um tema que permeou diversas apresentações ao longo do evento. Alcinei Rodrigues foi um dos palestrantes que dedicou a maior parte de seu tempo para discorrer sobre o que ele considera como avanços da nova resolução, do ponto de vista da autarquia.

Outra das novidades do Encontro Leste-Sudeste foi a realização da palestra “Oportunidades de investimentos – Resolução CMN nº 5.202/2025”, pelo ex-Deputado Christino Áureo, que é participante da Previ e vem acompanhando de perto a pauta do sistema junto ao Congresso Nacional e três poderes. Ele apresentou um histórico da evolução do financiamento do setor do agronegócio e o posicionamento do mercado brasileiro no cenário internacional. Citou os diferenciais competitivos do Brasil em comparação com outros mercados e falou sobre a oportunidade de investimentos das fundações em veículos como o Fiagro e outros tipos de fundos de financiamento do agro.

O ex-Deputado elencou ainda as oportunidades de investimentos em descarbonização (CBios e créditos de carbono), além das debêntures de infraestrutura que também podem estar vinculadas ao setor agro. As debêntures podem estar lastreadas, por exemplo, a estradas, ferrovias e armazéns com alto potencial de valorização.

Painel Jurídico – As principais mudanças na grade de palestrantes aconteceu no último painel do dia com o tema “Tendências legais e normativas: principais impactos e desafios”.

Na questão das tendências legais, Flavio Martins Rodrigues, Sócio Sênior Bocater, abordou as novas regras da nova Resolução 5.202/2025 do CMN. “As regras prudenciais do CMN contêm regras de duas naturezas: normas quantitativas, nas quais são fixados limites objetivos de percentuais máximos de investimento; e normas qualitativas, com regras não objetivas ligadas ao processo de investimento”, explicou.

As regras qualitativas são as regras mais utilizadas em autos de infração e precisam de registros comprobatórios para demonstrar que foram cumpridas. Essas regras “conversam” com o ato regular de gestão (art. 230 da Resolução Previc 23/2203).

Nesse sentido, o art. 4º, da nova resolução acrescentou que, “na aplicação dos recursos dos planos, as EFPC devem observar (…) a motivação, tempestividade e prudência”. Esses requisitos novos impõem cuidados e atenção especial para que sejam demonstrados para os órgãos internos da entidade (Conselho Deliberativo e Fiscal), a Previc, os patrocinadores e outros stakeholders, explicou Flávio Martins.

Alexandre Barenco Ribeiro, Gerente Executivo Jurídico Petros, lembrou que os anos de 2023 e 2024 foram extremamente transformadores do ponto de vista regulatório, com uma revisão qualitativa das normas existentes no setor, merecendo especial destaque a edição da Resolução Previc nº 23/2023.

“A mudança de postura da autarquia e do CNPC, construindo regramentos aderentes às necessidades das EFPCs para o desenvolvimento das suas atividades finalísticas, gerando maior segurança jurídica para participantes, assistidos e patrocinadores, materializa avanço irreversível, que deve ser consolidado ao longo dos anos de 2025 e 2026”, disse. Os anos de 2025 e 2026, também serão desafiadores sob o ponto de vista da regulação do setor. Esse é um processo permanente que envolve todos os sujeitos previdenciários, completou Barenco.

Os Encontros Regionais são uma realização da Abrapp com o apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio ouro: Bradesco Asset Management. Patrocínio prata: Apoena, BB Asset e Itajubá Administração Previdenciária. Patrocínio bronze: HMC Capital, Opportunity e Trígono Capital. Apoio: Bahia Asset Management e BNP Paribas Asset Management. 

Fonte: ABRPP

Agenda de sustentabilidade é fator determinante para a aplicação de recursos de fundos de pensão nos Fiagros — Foto: Arquivo pessoal
Agronegócio

CMN autoriza fundos de pensão a investirem em ativos ligados ao agro

Entre os que poderão receber recursos, estão dos Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro)

A resolução nº 5.202/2024, aprovada nessa quinta-feira (27/3) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), flexibilizou as possibilidades de investimentos dos fundos de pensão, vinculados a estatais e empresas privadas. A medida autorizou a aplicação de recursos em novos ativos, entre eles os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro).

O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), autor da lei dos Fiagros, classificou a decisão é um avanço. A resolução permite aos fundos previdenciários a aquisição de cotas de Fiagros até o limite de 10% da composição.

“A resolução faz toda a diferença. Fortalece o mercado de capitais e amplia a possibilidade de atrairmos mais recursos vultosos a esse instrumento. Vamos continuar no trabalho para evitar qualquer tipo de taxação sobre esses fundos, que cada vez mais serão essenciais para o agro, o setor imobiliário e os investimentos em infraestrutura”, afirmou Jardim, em nota.

A avaliação é que a decisão abre espaço para aportes importantes e para a garantia de fluxo contínuo de recursos para o agronegócio.

A resolução também autoriza as fundações a adquirirem créditos de descarbonização (CBIOs) e debêntures incentivadas de infraestrutura. Por outro lado, reduz de 15% para 10% o limite de exposição das entidades a Fundos de Investimentos em Participações (FIPs).

ESG

Outro destaque da norma é a inclusão da agenda ESG como critério obrigatório na gestão dos investimentos. A partir de agora, as fundações devem considerar aspectos de sustentabilidade econômica, ambiental e social na análise de riscos e prestar contas sobre a aplicação desses princípios.

Em nota, a FPA disse que a resolução “é fundamental diante da necessidade crescente de financiamento para o setor agropecuário, que deverá ter uma demanda financeira superior a R$ 1 trilhão na próxima safra”. A bancada apontou ainda que os recursos dos fundos de pensão têm perfil de longo prazo, “essenciais para investimentos que exigem maturação e capital de giro no agro”.

Octaciano Neto, especialista em finanças privadas do agronegócio e cofundador da Avra, disse que a resolução é “mais uma vitória para a indústria dos Fiagros”. Segundo ele, os fundos de pensão administram um patrimônio de aproximadamente R$ 1,3 trilhão, o que demonstra o potencial de investimento em ativos ligados ao agronegócio.

“Na prática, hoje temos majoritariamente um passivo (investidores) do varejo na indústria de Fiagros. Agora, os fundos de pensão poderão investir. Isso tem potencial para mudar o jogo da indústria”, escreveu em postagem nas redes sociais.

De acordo com o boletim de finanças privadas do agronegócio mais recente do Ministério da Agricultura, o patrimônio líquido dos Fiagros atingiu R$ 44 bilhões em janeiro de 2025.

Fonte: Globo Rural

Agronegócio

BNDES oferta mais R$1,4 bi para financiamentos do Plano Safra 2023/24

SÃO PAULO (Reuters) – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta segunda-feira que ofertará no dia 11 de abril mais 1,4 bilhão de reais para operações de crédito no âmbito dos programas agropecuários do governo federal (PAGF), do Plano Safra 2023/24.

Com a medida, o total de recursos ainda disponível nos diferentes PAGF a serem repassados pelo banco é de 4,6 bilhões de reais, com prazo de utilização até junho de 2024.

O banco já aprovou mais de 28 bilhões de reais, em mais de 120 mil operações, para o Plano Safra 2023/24, um crescimento de 23% em relação ao mesmo período da safra passada.

“São recursos importantes que poderão ser utilizados por produtores rurais, inclusive agricultores familiares, e cooperativas agropecuárias, para custeio e investimento em diversas finalidades”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota.

Segundo ele, os produtores poderão ampliar a produção, a aquisição de máquinas e equipamentos, a armazenagem e investir em inovação.

(Por Rodrigo Viga Gaier)

Fonte: Investing.com

Moagem de cana - agricultura
Agronegócio

Moagem de cana no Brasil na 1ª quinzena de março cresce ante o ano anterior, diz Unica

Por Marcelo Teixeira

(Reuters) – O setor de cana-de-açúcar do Brasil registrou um volume de moagem muito maior na primeira quinzena de março do que o registrado no mesmo período do ano passado, já que mais usinas estão operando, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

As usinas do centro-sul, da principal região açucareira, processaram 2,22 milhões de toneladas de cana na primeira metade de março, 267% a mais do que no ano passado. A Unica disse que 40 usinas estavam operando durante esse período, em comparação com 23 em 2023.

Esse ainda é um volume de moagem pequeno quando comparado aos meses de pico de safra no meio do ano, mas demonstra que a cana está pronta para a temporada de açúcar 2024/25 do Brasil, que não começa oficialmente até abril.

As usinas produziram 64.000 toneladas de açúcar na primeira quinzena de março, 313% a mais do que em 2023. A produção de etanol foi de 367 milhões de litros, 38% maior.

O relatório mostrou um mercado de etanol ativo no Brasil, com vendas crescendo 51% em relação ao ano anterior, para 1,46 bilhão de litros na primeira metade do mês.

As vendas de etanol hidratado, que compete com a gasolina, aumentaram 84% em comparação com o ano passado, para 933 milhões de litros.

(Reportagem de Marcelo Teixeira em Nova York)

Fonte: Investing.com

Agronegócio

Queda dos grãos e safra menor fazem produtor rural reduzir investimentos

A perspectiva de um crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil e no mundo, com desaceleração do consumo, estoques globais de grãos ainda altos e desvalorização nos preços da soja e do milho têm desestimulado produtores de grãos a investir em estrutura e insumos para a safra, o que pode ter reflexos em 2025.

Para este ano, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) projeta queda de 3,4% para o PIB da agropecuária, após crescimento de 15,1% em 2023. O Itaú Unibanco estima queda de 0,7% e a LCA Consultores, de 0,8%. O Bradesco espera estabilidade. O consenso do mercado do Boletim Focus do Banco Central aponta recuo de 0,7%.

A desaceleração do consumo no Brasil e no exterior deve limitar o desempenho do agronegócio. Com menor crescimento da massa real de rendimentos, o consumo das famílias no Brasil tende a crescer 2,3%, ante 3,1% em 2023, estima a Macro Sector Consultores. As exportações devem crescer 7% neste ano, após alta de 9,1% em 2023, seguindo a economia global, que terá alta de 2,7%, ante 3% em 2023.

Segundo a Macro Sector, a receita agrícola deve cair 5,1% este ano, para R$ 901 bilhões, num cenário de retração de 6,8% na produção de grãos, para 296,7 milhões de toneladas. O número da safra em 2023/24 é um pouco superior à última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 295,6 milhões de toneladas, 7,6% menor que o ciclo anterior. Para o PIB da agropecuária, a consultoria estima alta de 4%, considerando o volume de produção.

“Quando há queda de receita e preços baixos no mercado, é pouco provável que haja evolução satisfatória do agronegócio, com contribuição positiva no PIB e nas vendas da cadeia de produção agrícola”, afirma Fabio Silveira, sócio-diretor da Macro Sector Consultores, que não vislumbra recuperação nos preços da soja e do milho nos próximos meses.

Silvia Matos, pesquisadora e coordenadora do Boletim Macro do FGV Ibre, diz que o desempenho da agropecuária no PIB de 2023 foi favorecido por inflação menor e crescimento na produção, o que não se repetirá em 2024.

“A safra atual vai ser muito boa, mas menor que a passada, e o impacto do clima não está totalmente definido. No mundo, a produção global de grãos ainda vai bem. Não há demanda forte o suficiente para reverter o cenário de preços das commodities. Com certeza o PIB da agropecuária brasileira vai ser negativo”, afirma Matos.

Para Natalia Cotarelli, economista do Itaú Unibanco, é preciso avaliar os efeitos indiretos na cadeia produtiva. “Os setores de serviços, armazenagem e transportes foram muito beneficiados pelo agronegócio no ano passado. O efeito neste ano pode ser menor”, afirma. Ela acrescenta que o setor agropecuário deve apresentar queda na renda, em função dos preços retraídos de soja e milho.

Impactos

Os efeitos já são sentidos nos investimentos do setor. Levantamento da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos para Armazenagem de Grãos (Cseag) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) aponta queda de 15% a 20% nas encomendas de armazéns neste ano. Em equipamentos, isso pode representar redução de até R$ 600 milhões nas vendas. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta recuo de 11% nas vendas de máquinas agrícolas no país neste ano, para 54,3 mil unidades.

Já a venda de fertilizantes para plantio da próxima safra nunca esteve tão atrasada, segundo indústrias. Até o fim do primeiro bimestre, o mercado brasileiro havia comprado apenas 20% do volume esperado para 2024, metade do percentual comercializado em anos anteriores, segundo a Yara, múlti norueguesa que lidera o mercado de nitrogenados no país.

Levantamento da consultoria StoneX mostra que, para as entregas de fertilizantes previstas no segundo semestre — quando começa o calendário agrícola da safra 2024/25 —, também há menor taxa de comercialização, em torno de 20%. Nos últimos dois anos, esse índice era de 30% nesse período.

Também foram afetados os desembolsos das linhas de investimento do Plano Safra 2023/24, que caíram 3,8%, para R$ 69 bilhões até fevereiro. Mas, segundo o BNDES, as operações para financiar novos armazéns de grãos mais que triplicaram em 2023. Foram 13 financiamentos a cooperativas e empresas, totalizando R$ 241,5 milhões. Já por meio de operações indiretas, feitas por agentes financeiros credenciados, o BNDES emprestou R$ 1,7 bilhão no âmbito do Plano Safra 2023/2024 em programas com foco em armazenagem, como o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).

José Luis Pinho Leite Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, diz que a busca de produtores por crédito para construir armazéns continua grande este ano. “Há muita procura principalmente de produtores de etanol de milho”, destaca Gordon. Ele acrescenta que o banco dobrou o recurso de financiamento rural em dólar, atingindo R$ 8 bilhões. Além disso, o programa BNDES Procapcred recebeu uma dotação orçamentária de R$ 2 bilhões.

Safra e armazenagem

O setor de armazenagem, no entanto, diz que as encomendas estão de 15% a 20% menores. “Em 2023 o déficit de armazenagem foi agravado porque a safra foi maior”, diz Paulo Bertolini, presidente da Cseag da Abimaq. Ele estima que o investimento por tonelada estática gire em torno de R$ 1,5 mil, sendo 40% desse valor em equipamentos e o restante em terreno e obras. Considerando a estimativa de déficit de armazenagem de grãos no país de 124 milhões de toneladas, seria preciso investir R$ 186 bilhões para zerar o déficit.

Daniel Belani, gerente de vendas da GSI, da AGCO, diz que a demanda por armazéns de grãos neste ano está 10% a 15% menor que em 2023. “Houve esgotamento rápido das linhas de crédito do Plano Safra. E temos parte do país perdendo produtividade. Isso faz o mercado ficar retraído”, diz Belani. Ele acrescenta que parte dos produtores prefere poupar caixa, à espera do próximo Plano Safra.

A quebra na previsão de colheita de grãos levou parte dos produtores a reduzir investimentos em armazenagem, diz Denis Catelan, gerente regional para Matopiba da Casp Indústria e Comércio. A exceção são grandes produtores que atuam em regiões de fronteiras agrícolas, como o Matopiba. A Casp prevê estabilidade na produção deste ano, com exportações compensando a queda na demanda doméstica.

A Kepler Weber, maior empresa do setor, diz que teve aumento de 20% no número de pedidos na atual safra, comparado ao mesmo período do ciclo passado. Bernardo Gomes Nogueira, diretor comercial e futuro CEO, pondera que a Kepler atende grandes produtores e cooperativas, que continuam investindo. Segundo ele, a empresa já recebe pedidos para construir silos e estruturas que ficarão prontos em 2024/25.

A Agronorte é um exemplo das que investiram. A companhia aplicou R$ 70 milhões na compra de dois armazéns, em Pedro Afonso (TO) e Açailândia (MA). “O déficit de armazenagem no país é superior a qualquer quebra de safra esperada para este ciclo”, diz Vinicius Carvalho, diretor da Agronorte.

(Colaboraram Isadora Camargo, de São Paulo, e Rafael Walendorff, de Brasília)

Fonte: Globo Rural | Economia

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