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Preços mundiais do arroz subiram 1,3% e média em maio

Em maio, os preços mundiais do arroz se recuperaram ligeiramente, com um aumento médio de 1,3%, segundo o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa ronômica para o Desenvolvimento (Cirad) da França. Em maio, o índice Osiriz/InfoArroz (IPO) subiu 1,5 ponto, para 196,9 pontos (base 100 = janeiro de 2000).

Na Tailândia, os preços se recuperaram em 3%, principalmente devido à valorização do bath em relação ao dólar. Na Índia, os preços também subiram, mas 1,5%, devido às vendas expressivas para a África.

Por outro lado, os preços permaneceram estáveis no Vietnã, no Paquistão e nos Estados Unidos. No Mercosul, os preços caíram novamente de 4% a 5% devido à oferta mais abundante em comparação com a safra anterior.

“A demanda global continua forte, especialmente na África, estimulada pelos excedentes de exportação, que pesaram sobre os preços internacionais ao longo de 2025. Apesar do abrandamento da demanda asiática, as perspectivas do comércio mundial indicam um novo aumento para 60,5 milhões de toneladas, frente a 59,7 milhões em 2024”, aponta o Cirad, em relatório.

“A Índia voltou com força ao mercado e deve atingir um novo recorde histórico de vendas em 2025 para 24 milhões de toneladas, respondendo por 40% do comércio mundial de arroz”, completa o centro.

Em meados de junho, o índice IPO estava estável em 195 pontos.

Fonte: Globo Rural

Agronegócio, News

Plano Safra: o que está em jogo para o agro e para a economia do Brasil

O Plano Safra é uma das políticas públicas mais relevantes do país. Ele não só garante crédito e incentivos à produção agrícola, como também afeta diretamente o que chega à mesa dos brasileiros e a saúde da nossa economia.

Com a proximidade do ciclo 2025/2026, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou ao Ministério da Agricultura um conjunto de propostas prioritárias para o próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP). A construção desse documento envolveu diversos agentes do setor, incluindo federações, sindicatos e produtores rurais de todas as regiões do país, inclusive do Matopiba — região estratégica para o crescimento do agro nacional.

O objetivo é claro: garantir que o novo Plano Safra esteja à altura dos desafios econômicos e climáticos que afetam a produção. Isso inclui desde o fortalecimento do seguro rural até o estímulo à agricultura familiar, passando por melhorias no ambiente regulatório e ampliação dos recursos disponíveis para custeio, investimento e inovação no campo.

Entre os 10 pontos propostos pela CNA, destacam-se:

  • Modernização do seguro rural e do Proagro.
  • R$ 4 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural.
  • R$ 594 bilhões em recursos financiáveis, com foco em pequenos e médios produtores.
  • Incentivos a práticas sustentáveis com benefícios creditícios.
  • Redução de burocracias e ampliação das fontes de financiamento via mercado de capitais.
  • Regras mais claras e justas para acesso ao crédito, sem venda casada ou custos acessórios indevidos.

Essas medidas são fundamentais para que o produtor rural continue desempenhando seu papel como protagonista da segurança alimentar, do desenvolvimento regional e da transição para uma economia mais sustentável.

Agronegócio

Prêmio CNA valoriza queijos artesanais brasileiros e destaca diversidade da produção nacional

Os queijos artesanais do Brasil estão ganhando cada vez mais destaque — e agora, com o apoio de uma das maiores entidades do setor agropecuário. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) está conduzindo o Prêmio CNA Brasil Artesanal 2025 – Queijos, que segue com a etapa de avaliações até o fim de junho.

A iniciativa, voltada para pequenos e médios produtores, reconhece queijos feitos exclusivamente com leite de vaca, respeitando uma produção anual de até 72 toneladas e com registros válidos nos serviços de inspeção municipal, estadual ou federal.

Categorias e critérios de avaliação

Este ano, o concurso contempla três categorias:

  • Queijos tradicionais, com maturação entre 30 e 180 dias;
  • Queijos com tratamento térmico;
  • Queijos com adições de condimentos ou aromatizantes.

Além da análise técnica das amostras, os queijos serão submetidos à degustação às cegas por um júri popular, além da avaliação da história por trás de cada produto — uma forma de reconhecer o valor cultural e social da produção artesanal. Inclusive, quem utiliza até 51% de leite da própria propriedade ganha um bônus de 10% na nota final.

Reconhecimento que vai além do sabor

Serão selecionados cinco finalistas por categoria. Os três primeiros colocados receberão os selos Ouro, Prata e Bronze, certificados e prêmios em dinheiro — um incentivo importante para ampliar a visibilidade dos produtos e valorizar as práticas sustentáveis e regionais da cadeia produtiva.

Por que isso importa?

Fernanda Regina Silva, assessora técnica da CNA, reforça que o consumidor atual não compra apenas um queijo, mas sim a história e o propósito por trás dele. Já Antonio Fernandes, especialista da Universidade Federal de Viçosa (UFV), lembra que o Brasil já é o quarto maior produtor de queijos do mundo e iniciativas como essa motivam a busca por qualidade e reconhecimento.

O prêmio integra o Programa Nacional de Alimentos Artesanais e Tradicionais da CNA e atua como ferramenta de fomento à profissionalização, rastreabilidade e valorização dos alimentos feitos com identidade local.

Doença ocorreu em granja com mais de 17 mil aves matrizes — Foto: Getty Images
Agronegócio, Sustentabilidade

Gripe aviária no Brasil: veja tudo o que se sabe até agora

Primeiro caso em granja comercial no país foi detectado no Rio Grande do Sul

O setor avícola brasileiro entrou em estado de alerta após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmar a presença do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), conhecido como gripe aviária, em uma granja de Montenegro, no Rio Grande do Sul, na última sexta-feira (16/5).

O anúncio da doença contagiosa no estabelecimento comercial com mais de 17 mil aves matrizes não causou apenas o isolamento da área para dar início ao protocolo sanitário ou a declaração de estado de emergência zoossanitária no município gaúcho por 60 dias. Além das medidas tomadas pelas autoridades brasileiras, Argentina, China e União Europeia decidiram suspender as importações.

O que é a gripe aviária e como se transmite?

gripe aviária é uma doença altamente contagiosa causada por variantes do vírus Influenza e atinge aves silvestres, domésticas e também mamíferos, como o gado. No mundo, o primeiro foco foi identificado em 1878, na Itália, e era chamado de praga aviária. A classificação como Influenza A aconteceu somente 77 anos depois.

O Brasil ainda não havia registrado a presença do vírus em aviários. Os casos no país, até o momento, conforme o Ministério da Agricultura, haviam sido em aves silvestres e criações de subsistência, todos a partir de 2023.

+Gripe aviária: China, UE e Argentina suspendem compras da avicultura brasileira

Os principais vetores da doença são as aves migratórias, como patos, marrecos, gansos e cisnes, considerados hospedeiros naturais, que transmitem o vírus pelas secreções, como fezes e fluidos corporais.

Onde o caso aconteceu?

O vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) foi identificado em uma granja comercial de Montenegro, município na região Metropolitana de Porto Alegre, e confirmado pelo Ministério da Agricultura na última sexta-feira (16/5).

De acordo com a Secretaria Estadual da Agricultura do Estado, a suspeita de síndrome respiratória e nervosa foi identificada no dia 12 de maio. Amostras coletadas e encaminhadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), confirmaram o diagnóstico de gripe aviária.

+ Gripe aviária em granja comercial apareceu dois anos depois do primeiro registro no Brasil

“Eram dois galpões. No primeiro espaço, 100% das galinhas morreram. No segundo, a mortalidade foi de 85%”, disse a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola, Amanda Kowalski.

Quais as medidas de segurança tomadas?

Após a confirmação da doença em Montenegro, o Serviço Veterinário Oficial do RS (SVO-RS) isolou a área e iniciou o protocolo sanitário, com a eliminação das aves. Além disso, uma área de 10 quilômetros ao redor do aviário será investigada e inclui a instalação de barreiras.

Conforme o governo gaúcho, as 500 propriedades rurais próximas à granja serão visitadas e inspecionadas nos próximos dias como medida de segurança.

Há outros casos no Brasil?

im, mas não em granjas comerciais. Em Sapucaia do Sul, também na região Metropolitana de Porto Alegre, como Montenegro, distante a 50 quilômetros, 90 aves aquáticas, entre cisnes, patos e marrecos, morreram devido à gripe aviária no Parque Zoológico nesta semana. Enquanto o caso é investigado, o local encontra-se fechado para visitação e sem previsão de reabertura.

Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, as mortes destas aves ocorreram repentinamente, sem sintomas específicos.

+ Caso de gripe aviária no RS deve ter impacto limitado para negócios da BRF, diz CEO

Há risco para o consumo de produtos?

Após confirmar o foco de gripe aviária na granja comercial do Rio Grande do Sul, o governo federal tranquilizou afirmando que não há risco de transmissão pelo consumo de carne e ovos.

“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) também destacaram que, apesar da ocorrência ser preocupante para o setor, não representa qualquer risco ao consumidor.

Humanos podem pegar gripe aviária?

Sim, mas o risco é baixo e ocorre, na maioria dos casos já registrados no mundo, entre os profissionais que têm contato intenso com aves infectadas e o ambiente.

Em 2024, em entrevista à Globo Rural, a médica infectologista Gisele Borba, especialista do Serviço de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (SCIRAS) do Hospital Universitário Onofre Lopes da Rede EBSERH, em Natal (RN), afirmou que o principal risco da gripe aviária em humanos é a alta letalidade – superior a 50%. “Não quer dizer que qualquer pessoa que pegou vai morrer, claro, mas é bem alto”.

Os sintomas são semelhantes à gripe comum, como dor de cabeça, dor de garganta, coriza e febre alta. Em casos mais graves, os pacientes podem evoluir para quadros de insuficiência respiratória e morte.

Quais os impactos para o Brasil

Horas após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial da história, China e União Europeia suspenderam as importações de produtos da avicultura do Brasil. A medida já era esperada pelo governo e representantes da avicultura nacional, pois é previsto no protocolo sanitário.

“Trata-se do cumprimento acordado entre os países, que impede a certificação na detecção da enfermidade”, disse Allan Rogério Alvarenga, secretário-adjunto de Defesa Agropecuária.

Depois de China e União Europeia, a Argentina também bloqueou as importações do Brasil, mas irá manter a compra de genética avícola, com permissão para a entrada de aves de um dia e ovos férteis, desde que provenientes de compartimentos autorizados pela agência sanitária argentina.

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, reconheceu durante entrevista à Globo News que a presença do vírus em aviários nacionais era questão de tempo, mesmo diante dos cuidados aplicados pelo protocolo sanitário.

“Tínhamos a convicção de que, em algum momento, adentraria em granjas comerciais. Mas nenhum país conseguiu segurar tanto tempo”.

Fonte: Globo Rural

Agronegócio

Áreas de arroz e feijão param de cair, após perderem espaço para soja e milho por 16 anos

O arroz e o feijão podem ser a combinação mais tradicional do Brasil, mas, em 19 anos, as suas áreas plantadas caíram.

No período, o recuo da área de arroz foi de 43% e o de feijão, 32%. Ao mesmo tempo, a soja cresceu 108% e o milho, 63%, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dois se tornaram líderes em área plantada no país.

Com a alta da inflação dos alimentos, surge a questão se o Brasil deveria plantar mais comida e menos grãos que viram ração de animais.

Mas isso não, necessariamente, tem relação com a queda da área. O arroz e feijão têm ficado mais barato. No acumulado dos 12 meses até fevereiro, o preço do arroz caiu 4% e o do feijão, 24,35%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA).

Apesar da queda na comparação com 2006, desde a safra 2022/2023, as áreas plantadas de arroz e feijão não caíram mais.

A produção de arroz e feijão dá pouco lucro e custa caro. Por isso, muitos agricultores preferiram plantar soja e milho, que valem mais e são exportados.

A soja e o milho são commodities, ou seja, matérias-primas para a indústria, que são negociadas em bolsas de valores internacionais, em dólar, e exportadas como ração para animais de criação, como bois e porcos.
Já o arroz e o feijão são vendidos quase totalmente no Brasil. Seus preços variam de acordo com o tamanho da produção, procura e negociações entre agricultores e a indústria.

No caso do arroz, além da soja e do milho, a área plantada também deu lugar a pastos, afirma a diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva.

Contudo, isso não significa que o brasileiro tem menos arroz e feijão disponíveis: a quantidade colhida se mantém quase a mesma de 19 anos atrás, devido ao crescimento da produtividade. E, apesar de o volume ser menor do que o da soja e o do milho, o país ainda consegue suprir a necessidade de consumo.

Nesta reportagem, as seguintes perguntas serão respondidas:

  • Como reverter a redução?
  • Por que a área de arroz e feijão diminuiu?
  • O que aumentou o faturamento da produção de arroz nos últimos 3 anos?
  • Por que, mesmo assim, não falta arroz e feijão?

Por que a área de arroz e feijão diminuiu?

💵Baixo lucro

O lucro do arroz e do feijão é menor do que os custos de produção. Isso desmotivou os agricultores, segundo Silva, diretora executiva da Abiarroz.

Isso acontece, em parte, porque o cultivo estava sendo comercializado em um preço baixo ao consumidor, afirma o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.

“Porque, se eu não tiver um preço razoável, a indústria não consegue pagar um preço equilibrado aos produtores e, consequentemente, toda a cadeia sai prejudicada pela falta de equilíbrio e acaba diminuindo a área”, completa.

O mesmo vale para o feijão, diz o diretor presidente da Associação Brasileira de Consultores de Feijão (ABC Feijão), Hélio Dal Bello. Com os custos de fertilizantes e defensivos em dólar, e o preço do feijão em queda, o produtor tem tido prejuízo, afirma.

💲Caro de produzir

Plantar arroz e feijão custa mais do que plantar soja e milho. O milho custa cerca de R$ 7 mil por hectare e a soja, R$ 6 mil. Já o arroz ultrapassa R$ 12 mil e o feijão, R$ 13 mil, segundo a Conab.

Quem planta arroz gasta mais com máquinas, funcionários, diesel e fertilizantes, pois o solo exige mais cuidados, segundo Velho

“Nós trabalhamos, inclusive, com uma expectativa de aumento do custo de produção para esta safra, pela necessidade de recuperação estrutural das áreas provocadas pela enchente”, afirma.

desvalorização do real, pois os insumos são comprados em dólar, e os custos com financiamentos também têm grande impacto, explica Felippe Serigati, coordenador do mestrado em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Há ainda o chamado “custo Brasil”, aponta Silva. “A logística é muito cara. Para você mandar o arroz para as regiões do Norte e Nordeste, a preferência é pelo transporte de cabotagem [navegação], porque o transporte rodoviário chega a ser até 30% mais caro”, diz.

O plantio de arroz irrigado, que representa 77% da área, também gera custos com água, informa o Diretor Executivo de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto.

O feijão, por sua vez, é uma cultura mais sensível a pragas e doenças, exigindo mais gastos com defensivos biológicos ou químicos, afirma o diretor presidente da ABC Feijão.

Mudança de cenário

Apesar dos problemas enfrentados recentemente, a situação para os produtores de arroz está melhorando. O faturamento subiu de R$ 18 bilhões em 2006 para R$ 25 bilhões no ano passado, segundo dados da Conab.

Isso acontece porque a redução da área e o aumento da busca pela exportação diminuíram a oferta, o que elevou a demanda e os preços, diz Alexandre Velho, da Federarroz.

Já Silva pontua que, antes da pandemia, o produtor de arroz sofria com endividamento. No entanto, a situação melhorou com o crescimento dos preços depois disso.

Apesar de serem menores do que há 19 anos, as áreas plantadas de arroz e de feijão cresceram 6% e 16%, respectivamente, da safra de 2022/23 para a deste ano, segundo a Conab.

Para Silvio Porto, da Conab, isso é resultado de políticas públicas, como a redução dos juros, aumento do crédito e apoio técnico aos produtores de arroz e feijão.

Por que, mesmo assim, não falta arroz e feijão?

Apesar da queda da área de plantio, houve um crescimento da produtividade, o que significa que, hoje, o agricultor consegue colher mais arroz e feijão por hectare do que há 19 anos.

Além disso, quase tudo o que o Brasil produz de arroz e feijão fica no país. Apenas 12,5% do arroz da safra 2023/2024 foi exportado, segundo dados da Conab. Em relação ao feijão, esse número cai para 10%.E, mesmo com o aumento da população, a demanda pelos dois cultivos está em queda.

De 2008 a 2018, a média de consumo diário de feijão por pessoa foi de 183 gramas para 163,2 gramas. No caso do arroz, essa média recuou de 160,3 gramas para 131,4 gramas, mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O órgão não tem dados mais atuais sobre este tema.

Essa queda, aconteceu principalmente pelo aumento do poder de compra do brasileiro nos anos 2000, que incentivou o consumo de outros produtos.

A praticidade do fast food e a vida corrida também têm diminuído o consumo de arroz e feijão, que levam mais tempo de preparo, diz o presidente da ABC Feijão.

Atualmente, o problema também é a falta de dinheiro de parte dos brasileiros.

“Uma parte da população é tão carente que, quando o preço sobe R$ 0,50, ela precisa diminuir o consumo”, diz Lüders, do Ibrafe.

Ele relata que existem os chamados desertos alimentares, nos quais os consumidores estão longe do varejo tradicional, tendo que recorrer a comércios informais.

“Nestas regiões, para consumir feijão, a população carente paga mais caro”, diz.

Como reverter a redução?

A queda na área plantada de arroz e feijão não é um problema, se a produtividade aumentar e atender à demanda da população, aponta Serigati, da FGV.

Mas, para Porto, produzir arroz e feijão em mais áreas no Brasil resultaria em uma alimentação mais saudável e preços mais baixos.

O presidente da Conab diz que o governo deve usar os estoques públicos para manter os preços acessíveis ao consumidor e atrativos para o agricultor.

Ele acredita que os produtores de arroz e feijão precisam ter mais benefícios, como juros menores e mais assessoramento técnico.

Isso porque o arroz e o feijão tiveram menos apoio do que outros cultivos, como a soja. “É totalmente desequilibrado. É por isso mesmo que a soja já tem hoje uma situação tão privilegiada comparado aos demais produtos”, afirma.

Para o presidente da Federarroz, é preciso um seguro agrícola mais eficiente e barato, para trazer segurança ao produtor.

Ele explica que, para compensar os gastos, o produtor deve vender a saca por, no mínimo, R$ 90, que seria o custo de produção. Já para o consumidor, o preço mínimo deve ser de R$ 5 por kg, para garantir a remuneração da indústria.

Já no caso do feijão, o preço mínimo da comercializado pelo produtor é de R$ 4 por kg, explica Bello, da ABC Feijão.

Para isso ser possível, Silva, da Abiarroz, afirma que é importante aumentar o consumo do brasileiro, com campanhas feitas em parceria entre setor produtor e governo, bem como ampliar o mercado externo.

O investimento em pesquisa para variedades resistentes a doenças pode tornar o plantio mais fácil e rentável, afirma o presidente da Ibrafe.

Fonte: G1 AGRO

Agronegócio

Tocantins colhe safra histórica e reforça protagonismo no agro brasileiro

O Tocantins celebra um marco inédito na agricultura: a safra 2024/2025 de soja ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 5 milhões de toneladas produzidas, segundo dados preliminares da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O resultado consagra o estado como um dos principais polos emergentes do agronegócio nacional e reflete uma combinação de condições climáticas favoráveis e forte avanço tecnológico no campo.

A produtividade média cresceu mais de 10% em relação à safra anterior, puxada pela adoção de sementes geneticamente melhoradas, maior precisão no manejo agronômico e investimentos robustos em infraestrutura agrícola. “O Tocantins está consolidando seu protagonismo no agronegócio brasileiro”, avalia o engenheiro agrônomo e consultor de mercado Daniel Freitas.

O recorde na produção de soja impacta diretamente diversos setores da economia tocantinense. A Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado projeta um crescimento de até 7% no Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário em 2025, impulsionado pelo bom desempenho nas lavouras.

Com mais grãos colhidos, cresce também a demanda por mão de obra nas etapas de colheita, transporte e armazenagem, especialmente em municípios estratégicos como Porto Nacional, Gurupi, Pedro Afonso e Campos Lindos. A expansão da atividade agrícola fortalece ainda o comércio e os serviços locais, gerando um ciclo virtuoso de desenvolvimento.

Se o clima contribuiu, o papel dos investimentos privados foi decisivo. Produtores rurais e cooperativas apostaram pesado na aquisição de maquinário moderno, ampliação da capacidade de armazenagem e capacitação técnica de equipes no campo. O uso de tecnologias de agricultura de precisão e a digitalização das fazendas vêm mudando a forma como se planta, colhe e gerencia a produção.

Esse salto tecnológico tem sido essencial para enfrentar desafios como a oscilação de preços, a competitividade internacional e as exigências dos mercados compradores. O resultado é uma produção mais eficiente, resiliente e sustentável.

Com os números recordes da safra, o Tocantins consolida-se como o quinto maior produtor de soja da região Norte e amplia sua presença nos mercados internacionais. Exportações para países como China, Vietnã e Tailândia colocam o estado no radar global como fornecedor confiável e competitivo de grãos.

Para a próxima década, as projeções são ainda mais otimistas. A tendência é de crescimento contínuo, sustentado pela expansão das áreas cultivadas, pela melhoria da logística e pela crescente profissionalização do setor.

A safra 2024/2025 entra para a história não apenas pelos números, mas pelo que representa: um Tocantins que avança com planejamento, tecnologia e visão de futuro, e que se firma, com autoridade, entre os protagonistas do agronegócio brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

Agronegócio

Exportações do agronegócio crescem 12,5% em março e chegam a US$ 15,6 bilhões

No mês, o setor respondeu por 53,6% de todas as vendas externas do país. Avanço no acumulado do primeiro trimestre de 2025 é de 2,1%

Oagronegócio brasileiro registrou, em março deste ano, o segundo maior valor de exportações para o mês desde o início da série histórica: US$ 15,6 bilhões. Isso representa um aumento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No mês, o setor respondeu por 53,6% de todas as exportações do país. O avanço foi impulsionado principalmente pelo aumento dos volumes exportados, que cresceram 10,2%, enquanto os preços internacionais apresentaram alta de 2,1%.

Os principais produtos exportados no mês foram a soja em grãos (alta de 7% e US$ 5,7 bilhões); café verde (92,7% de expansão e US$ 1,4 bilhão); carne bovina in natura (40,1% e US$ 1,1 bilhão), celulose (25,4% e US$ 988 milhões) e carne de frango in natura (9,6% e US$ 772,3 milhões).

“Esses números confirmam que estamos promovendo o crescimento do agro com responsabilidade, sustentabilidade e com os olhos voltados para novos mercados e oportunidades para produtos com maior valor agregado”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Além dos produtos tradicionais, o governo brasileiro vem impulsionando oportunidades em segmentos com forte potencial de crescimento. Por meio de novos avanços, itens como gelatinas, café solúvel, óleo essencial de laranja, pimenta-do-reino e rações para animais domésticos atingiram recordes de exportação e podem ganhar maior protagonismo nos próximos meses, especialmente em mercados da Ásia, Europa e América do Norte.

Esses números confirmam que estamos promovendo o crescimento do agro com responsabilidade, sustentabilidade e com os olhos voltados para novos mercados e oportunidades para produtos com maior valor agregado
Carlos Fávaro,
Ministro da Agricultura e Pecuária

TRIMESTRE — No acumulado do primeiro trimestre de 2025, as exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$ 37,8 bilhões, aumento de 2,1% quando comparado ao ano anterior, o maior valor já registrado para o período. O superávit do setor no trimestre foi de US$ 32,6 bilhões, um crescimento de 2,1% em relação ao mesmo período de 2024.

DESTINOS — China, União Europeia e Estados Unidos seguiram como os principais destinos, respondendo juntos por mais da metade das exportações do setor. Países asiáticos como Vietnã, Turquia, Bangladesh e Indonésia também registraram aumento expressivo nas compras de produtos como soja, algodão, celulose e carnes.

“A ampliação da presença em mercados de nicho, por meio de produtos de maior valor agregado, reflete uma estratégia comercial que valoriza a escuta ativa das demandas dos setores produtivos. Ao oferecer alimentos com sanidade, qualidade e competitividade, o Brasil se consolida como parceiro confiável”, afirmou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luís Rua.

COMPETITIVIDADE — A expansão das exportações de produtos não tradicionais e a abertura de novos mercados, mantendo ou ampliando a oferta interna, fortalecem a economia brasileira. Esse processo estimula a geração de empregos e renda, atrai divisas, diversifica os parceiros comerciais e reduz a exposição a riscos econômicos.

Também valoriza os produtos nacionais, incentiva investimentos em inovação e sustentabilidade e consolida relações estratégicas no cenário internacional. Assim, o Brasil amplia sua presença global e reforça sua competitividade. Os avanços refletem o trabalho conjunto entre os setores público e privado, com foco na abertura de mercados, segurança sanitária e promoção comercial

Fonte: Secretaria de Comunicação Social

Agronegócio

Guerra comercial amplia papel global do Brasil e destaca a urgência de um agro ainda mais financiado e estruturado

A nova escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China abre uma janela estratégica para o agronegócio brasileiro. A avaliação foi publicada pelo jornal britânico Financial Times, que destaca como o Brasil já vinha se consolidando como principal fornecedor de alimentos para a China e deve ampliar ainda mais essa posição. Os dados do primeiro trimestre de 2025 confirmam: as exportações de carne bovina brasileira para a China cresceram um terço em relação ao mesmo período do ano passado, com soja e frango também em alta. Além disso, a Europa impôs tarifas sobre os EUA, aumentando a demanda por produtos brasileiros.

Essa conjuntura reforça o protagonismo global do Brasil, mas também expõe um desafio urgente: como garantir que o país consiga atender a essa crescente demanda internacional sem comprometer sua estabilidade interna? A resposta está, em grande parte, no fortalecimento dos instrumentos de financiamento do agro — e, nesse contexto, os Fiagros, CBIOs e debêntures de infraestrutura ganham relevância estratégica.

“A demanda por crédito rural para a safra 2025/2026 ultrapassará a marca de R$ 1 trilhão; as linhas de crédito oficiais com juros equalizados, entretanto, cobrirão pouco mais da metade desse montante.” Isso evidencia que, para dar conta do novo ciclo de oportunidades internacionais, o Brasil precisa diversificar e ampliar suas fontes de crédito.

É nesse cenário que a recente Resolução CMN nº 5.202/2025 se destaca como marco histórico. “A partir de agora, os fundos fechados de previdência do Brasil (EFPC) poderão investir diretamente nos Fiagros e também nos CBIOs – certificados de descarbonização.” Esses instrumentos passam a ocupar um lugar central na agenda do desenvolvimento agropecuário brasileiro, permitindo que o setor tenha acesso a recursos de longo prazo, a custos mais competitivos.

A mudança tem um impacto direto na vida dos brasileiros: “contribui para a redução da inflação e alivia o orçamento das famílias brasileiras.” Ao financiar melhor a produção de alimentos, reduz-se o custo da comida, beneficiando especialmente a população mais vulnerável. O movimento também corrige distorções históricas, uma vez que “fundos de pensão internacionais já podiam investir no agro brasileiro, enquanto os nacionais estavam proibidos de fazê-lo.”

Além disso, esse novo cenário coloca o Brasil em linha com práticas de países desenvolvidos. “Nos EUA, esses fundos sempre foram grandes investidores em empresas especializadas na compra, gestão e arrendamento de terras agrícolas, especialmente por meio dos chamados REITs agrícolas.” O Canadá e a União Europeia também construíram sistemas sólidos de financiamento ao agro por meio de fundos de pensão e políticas públicas consistentes.

A partir dessas referências e da nova regulamentação brasileira, surge a oportunidade de ampliar a base de financiamento com capital nacional de longo prazo, garantindo não só o crescimento da produção, mas também a resiliência da cadeia agroindustrial diante de crises globais e oportunidades como a atual guerra comercial.

Em resumo, o momento exige visão estratégica e articulação entre o setor público, privado e os fundos de pensão. O Brasil já conquistou protagonismo na produção. Agora, com a entrada definitiva no jogo do financiamento estruturado, pode consolidar seu lugar no topo do mundo agroalimentar. Como concluem Arnaldo Jardim e Christino Áureo: “Sem dúvida, a decisão do CMN inaugura um novo capítulo para o financiamento do agro no Brasil, fundamental para consolidar a posição do país como potência agroalimentar global.”

Encontro Regional Leste-Sudeste
Agronegócio, Sustentabilidade

Encontro Regional Leste-Sudeste reúne cerca de 500 dirigentes e profissionais do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais

Realizado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (9/04), o Encontro Regional Leste-Sudeste reuniu um grande público de cerca de 500 pessoas entre dirigentes e profissionais das associadas da Abrapp, além de prestadores de serviços do setor. O tradicional evento do calendário da Abrapp foi direcionado para as associadas dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, tendo como palco o salão de convenções do Rio Othon Palace, em Copacabana. 

A abertura foi realizada pelo Diretor-Presidente da Abrapp, Devanir Silva, pelo Diretor Vice-Presidente, Luiz Carlos Cotta, e pelo Deputado Federal, Luiz Carlos Hauly (virtual). O primeiro painel também contou com a participação de Devanir Silva; do Diretor de Normas da Previc, Alcinei Cardoso Rodrigues; e do Secretário dos Regimes Próprio e Complementar, Paulo Roberto dos Santos Pinto. 

“Falamos do tema central de ressignificar a previdência no primeiro painel. Mostramos que temos muito a evoluir em nossa comunicação estratégica, temos de falar para fora, para que as pessoas nos conheçam e saibam os valores que temos a oferecer para a sociedade”, comentou o Diretor-Presidente da Abrapp. Também foi destacado o papel da previdência complementar na alavancagem da economia porque ela permite a formação de poupança estável e de longo prazo.

Devanir apresentou ainda as diretrizes do planejamento estratégico da Abrapp e o que foi traçado para os próximos 10 anos, como por exemplo, que a previdência complementar seja vista pelo governo como prioridade, com larga escala de utilização da tecnologia e da inteligência artificial em prol do crescimento do sistema. 

Os representantes da Previc e da Secretaria apresentaram os avanços na legislação e a regulação do setor, com a aprovação da inscrição automática, com novas regras para o Plano de Gestão Administrativa (PGA) e também a Reforma Tributária, que qualificou as EFPC como entidades assistenciais. Foi pontuado que ainda temos uma longa agenda a percorrer, como por exemplo, com a necessidade de atualização da Resolução CNPC 30/2018 e do Decreto 4942/2003 (Decreto Sancionador). “O Decreto [Sancionador] tem mais de 22 anos de existência e precisa ser atualizado. Todas as regulações similares de CVM, Susep e Banco Central já foram atualizadas. E nós também temos de fazer o dever de casa”, apontou o Diretor-Presidente da Abrapp.

Os painéis do evento de hoje seguiram o formato e a maioria dos temas do Encontro Regional Sudoeste realizado no último dia 18 de março, em São Paulo – Leia a cobertura completa no Blog Abrapp em Foco. A diferença do Encontro Leste-Sudeste daquele realizado em São Paulo foi a participação de alguns palestrantes que não estiveram por lá, como o ex-Deputado Federal Christino Áureo, e os advogados Flávio Martins Rodrigues (Bocater) e Alexandre Barenco Ribeiro (Petros). 

Outro ponto diferente foram os comentários e debates em torno da nova Resolução CMN nº 5.202/2025 que rege os investimentos das entidades fechadas e que foi publicada no final de março passado. Mais uma novidade foi a participação de Carlos Frederico Rangel, que transmitiu uma mensagem do Comitê de Ética da Abrapp, em substituição ao seu Coordenador, Mauro Figueira, que havia participado no Encontro Sudoeste. Além disso, o evento contou com a apresentação de Elaine Sales, Coordenadora de Educação Previdenciária da Secretaria dos Regimes Próprios e Complementar, que substituiu o Diretor Narlon Gutierre Nogueira.

Resolução CMN nº 5.202/2025 – A publicação da tão aguardada nova resolução de investimentos foi um tema que permeou diversas apresentações ao longo do evento. Alcinei Rodrigues foi um dos palestrantes que dedicou a maior parte de seu tempo para discorrer sobre o que ele considera como avanços da nova resolução, do ponto de vista da autarquia.

Outra das novidades do Encontro Leste-Sudeste foi a realização da palestra “Oportunidades de investimentos – Resolução CMN nº 5.202/2025”, pelo ex-Deputado Christino Áureo, que é participante da Previ e vem acompanhando de perto a pauta do sistema junto ao Congresso Nacional e três poderes. Ele apresentou um histórico da evolução do financiamento do setor do agronegócio e o posicionamento do mercado brasileiro no cenário internacional. Citou os diferenciais competitivos do Brasil em comparação com outros mercados e falou sobre a oportunidade de investimentos das fundações em veículos como o Fiagro e outros tipos de fundos de financiamento do agro.

O ex-Deputado elencou ainda as oportunidades de investimentos em descarbonização (CBios e créditos de carbono), além das debêntures de infraestrutura que também podem estar vinculadas ao setor agro. As debêntures podem estar lastreadas, por exemplo, a estradas, ferrovias e armazéns com alto potencial de valorização.

Painel Jurídico – As principais mudanças na grade de palestrantes aconteceu no último painel do dia com o tema “Tendências legais e normativas: principais impactos e desafios”.

Na questão das tendências legais, Flavio Martins Rodrigues, Sócio Sênior Bocater, abordou as novas regras da nova Resolução 5.202/2025 do CMN. “As regras prudenciais do CMN contêm regras de duas naturezas: normas quantitativas, nas quais são fixados limites objetivos de percentuais máximos de investimento; e normas qualitativas, com regras não objetivas ligadas ao processo de investimento”, explicou.

As regras qualitativas são as regras mais utilizadas em autos de infração e precisam de registros comprobatórios para demonstrar que foram cumpridas. Essas regras “conversam” com o ato regular de gestão (art. 230 da Resolução Previc 23/2203).

Nesse sentido, o art. 4º, da nova resolução acrescentou que, “na aplicação dos recursos dos planos, as EFPC devem observar (…) a motivação, tempestividade e prudência”. Esses requisitos novos impõem cuidados e atenção especial para que sejam demonstrados para os órgãos internos da entidade (Conselho Deliberativo e Fiscal), a Previc, os patrocinadores e outros stakeholders, explicou Flávio Martins.

Alexandre Barenco Ribeiro, Gerente Executivo Jurídico Petros, lembrou que os anos de 2023 e 2024 foram extremamente transformadores do ponto de vista regulatório, com uma revisão qualitativa das normas existentes no setor, merecendo especial destaque a edição da Resolução Previc nº 23/2023.

“A mudança de postura da autarquia e do CNPC, construindo regramentos aderentes às necessidades das EFPCs para o desenvolvimento das suas atividades finalísticas, gerando maior segurança jurídica para participantes, assistidos e patrocinadores, materializa avanço irreversível, que deve ser consolidado ao longo dos anos de 2025 e 2026”, disse. Os anos de 2025 e 2026, também serão desafiadores sob o ponto de vista da regulação do setor. Esse é um processo permanente que envolve todos os sujeitos previdenciários, completou Barenco.

Os Encontros Regionais são uma realização da Abrapp com o apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio ouro: Bradesco Asset Management. Patrocínio prata: Apoena, BB Asset e Itajubá Administração Previdenciária. Patrocínio bronze: HMC Capital, Opportunity e Trígono Capital. Apoio: Bahia Asset Management e BNP Paribas Asset Management. 

Fonte: ABRPP

Agenda de sustentabilidade é fator determinante para a aplicação de recursos de fundos de pensão nos Fiagros — Foto: Arquivo pessoal
Agronegócio

CMN autoriza fundos de pensão a investirem em ativos ligados ao agro

Entre os que poderão receber recursos, estão dos Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro)

A resolução nº 5.202/2024, aprovada nessa quinta-feira (27/3) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), flexibilizou as possibilidades de investimentos dos fundos de pensão, vinculados a estatais e empresas privadas. A medida autorizou a aplicação de recursos em novos ativos, entre eles os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro).

O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), autor da lei dos Fiagros, classificou a decisão é um avanço. A resolução permite aos fundos previdenciários a aquisição de cotas de Fiagros até o limite de 10% da composição.

“A resolução faz toda a diferença. Fortalece o mercado de capitais e amplia a possibilidade de atrairmos mais recursos vultosos a esse instrumento. Vamos continuar no trabalho para evitar qualquer tipo de taxação sobre esses fundos, que cada vez mais serão essenciais para o agro, o setor imobiliário e os investimentos em infraestrutura”, afirmou Jardim, em nota.

A avaliação é que a decisão abre espaço para aportes importantes e para a garantia de fluxo contínuo de recursos para o agronegócio.

A resolução também autoriza as fundações a adquirirem créditos de descarbonização (CBIOs) e debêntures incentivadas de infraestrutura. Por outro lado, reduz de 15% para 10% o limite de exposição das entidades a Fundos de Investimentos em Participações (FIPs).

ESG

Outro destaque da norma é a inclusão da agenda ESG como critério obrigatório na gestão dos investimentos. A partir de agora, as fundações devem considerar aspectos de sustentabilidade econômica, ambiental e social na análise de riscos e prestar contas sobre a aplicação desses princípios.

Em nota, a FPA disse que a resolução “é fundamental diante da necessidade crescente de financiamento para o setor agropecuário, que deverá ter uma demanda financeira superior a R$ 1 trilhão na próxima safra”. A bancada apontou ainda que os recursos dos fundos de pensão têm perfil de longo prazo, “essenciais para investimentos que exigem maturação e capital de giro no agro”.

Octaciano Neto, especialista em finanças privadas do agronegócio e cofundador da Avra, disse que a resolução é “mais uma vitória para a indústria dos Fiagros”. Segundo ele, os fundos de pensão administram um patrimônio de aproximadamente R$ 1,3 trilhão, o que demonstra o potencial de investimento em ativos ligados ao agronegócio.

“Na prática, hoje temos majoritariamente um passivo (investidores) do varejo na indústria de Fiagros. Agora, os fundos de pensão poderão investir. Isso tem potencial para mudar o jogo da indústria”, escreveu em postagem nas redes sociais.

De acordo com o boletim de finanças privadas do agronegócio mais recente do Ministério da Agricultura, o patrimônio líquido dos Fiagros atingiu R$ 44 bilhões em janeiro de 2025.

Fonte: Globo Rural

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